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As deusas como caminho de autoconhecimento

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As deusas como caminho de autoconhecimento

Jean Shinoda Bolen (1), nos presenteia com as suas pesquisas sobre o feminino, fundamentando a sua percepção em relação à psicologia feminina, unindo insights feministas à psicologia arquetípica Junguiana, descobrindo que um novo nível de compreensão emerge no momento em que estas perspectivas são consideradas juntas.

A partir desta ampliada e dupla visão, podemos ver a mulher entre dois campos de influência: Internamente, ela é influenciada pelos arquétipos, que podem ser personificados pelas deusas gregas ,e externamente, pelos chamados estereótipos culturais, que moldam o comportamento da mulher, incentivando o desenvolvimento de alguns desses arquétipos (deusas) e freando ou punindo o desenvolvimento de outros.

Foi Jung (2) quem nos trouxe o conceito de arquétipos, que de modo resumido e simplificado, podemos traduzir por: modelos de comportamento instintivo contido no inconsciente coletivo (a parte universal do inconsciente), com conteúdos e padrões inatos e preexistentes, comuns a todas os indivíduos.

As deusas nos são tão familiares porque os seus mitos e representações são arquetípicos, e juntas, elas personificam o total das possibilidades e expressões do feminino; incluindo as características e padrões de comportamento que podem ser partilhadas por todas as mulheres.

Como arquétipos, as deusas existem além do tempo e expressam-se sem considerações individuais. Enquanto forças interiores extremamente poderosas, elas podem moldar o comportamento, inclinações, habilidades, escolhas, relacionamentos e determinar em conjunto com os estereótipos e pressões externas, a trajetória de vida da mulher.

Costumamos dizer que não precisaríamos estar ocupadas com o inconsciente, se isto não determinasse tão fortemente as escolhas que fazemos sem saber que fazemos (são inconscientes) e que na sua totalidade significam a trajetória nossas vidas.

Antes do conhecimento de que há um padrão subjacente de deusa(s), que tentam realizar-se através dela, o que mais pode fazer a mulher, senão viver inconscientemente o mito, saboreando as suas conquistas e pagando o preço das suas armadilhas?

Mas, quando uma mulher passa a conhecer e nomear as forças que a influenciam, e a identificá-las dentro e fora de si, ela adquire uma espécie de poder capaz de transformar a sua vida e os seus relacionamentos.

(1) Jean Shinoda Bolen, As Deusas e a Mulher – Nova psicologia das mulheres
(2) Carl G. Jung, O homem e seus Símbolos

Por Marise Sampaio Dias


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